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“O desafio de se viver o luto perinatal”

  • Foto do escritor: Inspire Psicologia´s e Psicanálise
    Inspire Psicologia´s e Psicanálise
  • 10 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

O luto perinatal se refere ao processo e elaboração de luto pela perda de um filho durante a gestação ou na primeira semana de vida do bebê.



Em nossa sociedade hoje falar sobre morte é quase proibido, e quando o assunto é a perda gestacional a dificuldade em saber lidar e reconhecer esse luto é maior ainda.

A mãe e o pai enlutados muitas vezes não recebem o devido apoio e consolo das pessoas a sua volta, ao contrário escutam comentários desnecessários e de que nada adiantarão para que possam expressar seus sentimentos e elaborar essa perda. São comentários que não se devem fazer: “Deus quis assim” / “Logo você engravida de novo” / “Que bom que isso aconteceu agora e não depois de nascido” / “Você precisa sair” / “Você tem que viver” / “Você tem que se divertir, faça uma viagem”.

É a própria pessoa quem deve conduzir seu luto (Soares & Mautoni, 2013). Uma orientação inadequada pode agravar ainda mais o estado de espírito da pessoa enlutada. O que está acontecendo é natural e transitório.

Com a perda de um ente querido morremos “nós” – eu e ele – nossa história conjunta. Nas palavras de Torloni (2007,p.297) “a morte de um feto é a morte de um sonho”. Ao descobrir a morte do bebê morre-se tudo o que aqueles pais estavam planejando, se preparando para a chegada do novo membro da família; este que será insubstituível, mesmo que o casal engravide novamente a memória daquele que se foi sempre existirá.

Assim como qualquer outro luto é necessário que se valide e que se viva o luto perinatal, independente de quantas semanas de gestação foram vividas. Será da mesma forma necessário que os pais enlutados se reajustem a um mundo agora sem a pessoa falecida. Pensar, por exemplo, o que farão com o enxoval do bebê, suas roupinhas e o quartinho. A mulher passará pelas mudanças hormonais e físicas do fim da gestação, parto do bebê falecido e puerpério, vivendo tudo isso sem a presença daquele bebê que às vezes o havia desejado por anos. Em maternidades mais humanizadas quando é um caso de perda gestacional se tomam o cuidado de internarem a mãe enlutada em um quarto longe de outras mães que acabaram de dar à luz aos seus bebês; mas, infelizmente em muitos outros hospitais não se tomam esse cuidado e a mãe enlutada ainda tende a sofrer vendo ao seu lado leitos de mulheres amamentando e recebendo visitas de boas-vindas ao recém-nascido.

As pessoas que passam por perdas, inevitavelmente procuram um sentido de vida. A terapia pode ser um espaço de profunda exploração e compreensão deste sentido. “Em toda experiência de vida e, especialmente em uma situação de perda, há uma chance de mudança e crescimento como ser humano” (Fukumitsu, 2011,p.11).

O luto saudável requer a renuncia à rotina e a adaptação ao novo. Para sairmos do sofrimento devemos mergulhar nele a fim de que, a partir do momento em que conseguimos acomodá-lo dentro de nós, ele receba um lugar de acolhimento. Sofrimento acolhido tende a ser resignificado; sofrimento negado tende a perturbar. Luto compartilhado é luto amenizado (Grollman, 2005, citado por Soares e Mautoni, 2013).



Por: Graziele de Lima Campos - Psicóloga Perinatal - CRP 06/109352


 
 
 

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